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Você realmente sabe o que é independência financeira?

O termo "Independência Financeira" é muito conhecido. Praticamente toda pessoa minimamente informada já deve ter ouvido falar nele. Também é verdade que este termo vive na moda. Parece que autores, palestrantes e consultores o escolheram como bandeira para seus livros e palestras, a fim de vender esse sonho para seus respectivos públicos.

Mas, afinal, você realmente sabe o que é independência financeira?
Talvez você tenha respondido que sim, mas será que sua resposta está correta?

O mais comum é ouvir das pessoas que atingir a independência financeira é não depender mais do dinheiro gerado por meio do trabalho para viver, ou seja, não depender mais de salário, não ter mais que aturar seu chefe chato, aquelas reuniões intermináveis, etc.

Sim e não! Independência financeira também é isso, mas não é apenas isso. É verdade que as pessoas dependem de seus salários para poder honrar com seus compromissos sociais e financeiros, tais quais: mensalidade do clube, a assinatura da TV a cabo, a parcela do carro, o aluguel, etc.

Atingir a independência financeira e não mais depender do trabalho e do salário no final do mês para honrar com os compromissos citados acima deve ser um sonho para a maioria das pessoas. Certo, porém esse é um pensamento simplista e equivocado em relação ao conceito de independência financeira. Ela é muito mais do que isso!

Alguns exemplos práticos
Imagine um jovem recém-formado, que ainda more com seus pais e que receba um bom salário para um empregado em início da carreira. Imagine também que esse jovem consegue investir uma boa fatia de suas receitas e que ao longo de dois ou três anos tenha acumulado investimentos capazes de pagar suas despesas mensais somente por meio dos juros gerados mensalmente.

Será que esse jovem já atingiu sua independência financeira? Afinal, ele já consegue honrar com suas despesas mensais apenas com os rendimentos de seus investimentos. A resposta para a pergunta é não! Para entender o porquê, vejamos outro exemplo:

Você deve estar pensando que o primeiro exemplo foi um tanto quanto radical, afinal, as despesas de um jovem em início de carreira são pequenas se comparadas às de uma família completa. E você está absolutamente correto. Por isso, vamos a outro exemplo. Imagine agora uma família composta de pai, mãe e um filho, cujos pais possuem por volta de 35 anos e ambos trabalham e possuem um padrão de vida confortável.

Este casal, assim como o jovem recém-formado, se preocupa em poupar parte de suas receitas pensando no futuro. Além disso, ambos, marido e mulher, poupam e investem parte de seus ganhos desde a época de solteiros e já possuem rendimentos derivados de seus investimentos para viver sem depender mais do salário e do trabalho de ambos.

Digamos que entre imóveis de aluguel, poupança, ações e outras aplicações, o casal possua uma renda mensal de R$7.000,00 provenientes de seus investimentos. Também iremos supor que as despesas mensais do casal totalizam algo em torno de também R$7.000,00.

Será que esse casal é independente financeiramente? Afinal, ao contrário do jovem que possui poucas despesas, o casal possui mais despesas, além de ter um filho e uma condição confortável, e mesmo assim consegue honrar todos os seus compromissos apenas com a renda vinda de seus investimentos.

Infelizmente, a resposta aqui também é não, este casal ainda não é independente financeiramente, apesar de muitas pessoas pensarem que sim.

A verdadeira independência financeira
Talvez você tenha se espantado com as respostas negativas de ambos os exemplos, afinal, muitas pessoas imaginam que ser independente financeiramente é conseguir pagar suas despesas mensais sem depender de salário ou emprego, mas a verdadeira independência financeira é muito mais do que isso. Eis algumas perguntas para ajudar a elucidar novas respostas:

 No caso do jovem recém-formado, sua renda proveniente dos investimentos seria capaz de bancar as despesas de uma vida a dois após o casamento e a chegada de um ou mais filhos?

 No caso do casal, a renda obtida por meio dos investimentos seria capaz de bancar a vinda de um segundo filho? Ou ainda, seria capaz de bancar aportes mensais para que o casal continuasse investindo? E o aumento do plano de saúde conforme a idade de ambos for avançando? E o aumento dos gastos com o filho conforme ele for crescendo?

A resposta para todas as perguntas acima é não! Eis aqui alguns motivos para entender porque os dois exemplos citados anteriormente não são sinônimos de independência financeira.

A verdadeira independência financeira vai muito além de apenas conseguir pagar as despesas mensais com os rendimentos vindos dos investimentos.

Uma pessoa independente financeiramente, além de pagar todas as despesas mensais de uma família (independentemente de qual modelo de família), precisa também que os rendimentos provenientes dos investimentos sejam capazes de bancar o contínuo aporte de investimentos mensais, afinal, o conceito de independência financeira está atrelado ao constante crescimento do patrimônio, e não apenas a gastar todo o dinheiro acumulado por meio dos investimentos somente pagando as despesas mensais até o final da vida.

Além disso, uma pessoa independente financeiramente precisa que os rendimentos gerados pelos investimentos seja capaz de bancar a chegada de um novo filho, as despesas com plano de saúde que aumentarão com a chegada da velhice, o provável aumento do padrão de vida (sem exageros), os gastos que certamente serão maiores conforme o filho for crescendo, alguns imprevistos no meio no caminho, etc.

Enfim, em outras palavras, a independência financeira precisa ser capaz de bancar os compromissos e padrão de vida de uma pessoa no ápice de sua estabilidade familiar, porém sem exageros, ou seja, com conforto minimamente compatível ao de sua classe social. Lembre-se que uma pessoa que aumenta constantemente seu padrão de vida sem aumentar suas receitas estará empobrecendo no longo prazo, e não é isso que o conceito de independência financeira supõe, muito pelo contrário.

Percebe porque atingir a independência financeira não é algo fácil? Não é fácil, porém é extremamente possível, basta se organizar financeiramente, dar valor ao seu dinheiro, saber poupá-lo e investi-lo, dar importância ao poder dos juros compostos e começar cedo, pois o tempo é seu maior aliado.

Ninguém disse que é fácil atingir tal ponto de estabilidade e independência, porém basta ter força de vontade e comprometimento com suas finanças, e é por isso que nós da equipe Investpedia estamos aqui; para ajudá-lo(a) nessa caminhada. Mãos à obra, pois ser independente financeiramente é sinônimo de liberdade!
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Comentário 06 Comentários
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gabriel
24/03/2011 às 20:45:00
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Rio De Janeiro - RJ
ganho 10.000 e gasto 6000,00 ainda tenho reservas posso me considerar em independencia financeira aos 65 anos?
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Sinésio
21/04/2011 às 19:13:39
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Campinas - SP
Gabriel, vai depender de muitos fatores, como: seu estilo de vida, sua renda passiva, seus gastos, etc.

De forma bastante objetiva, considere-se independente financeiramente quando os seus rendimentos passivos forem suficientes para suprir todas as suas despesas e investimentos quando já estiver estabilizado na vida. Ou seja, quando sua família já estiver constituída e sem planos de ser aumentada, pois até lá imprevistos podem acontecer.

O fato de ganhar R$10.000 e gastar apenas R$6.000 não significa ser independente financeiramente, pois se perder o emprego ou a fonte de renda que lhe rende os R$10.000 e não tiver rendimentos passivos capazes de sustentar seus gastos de R$6.000, você estará caminhando para a falência financeira.

Independência financeira é um projeto de médio a longo prazo, de poupança e investimentos freqüentes e, talvez, acima de tudo, de muita paciência e responsabilidade. Abraços!
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bortolace
16/02/2013 às 19:45:51
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Olá Sinésio, tudo bem?
Já se passarm 3 anos que você postou este artigo, porém gostaria de saber se posso dar uma "guinada" na minha vida.

Sou mãe solteira e tenho 29 anos. Atualmente moro com minha mãe.

Minha renda é de apenas R$ 1.250,00. Tenho nome restrito desde 2006.

Sei que pode parecer impossível, mas como posso começar do ZERO e conseguir, um dia, minha independência financeira? Por onde posso começar para deixar um dia (aleluia) a residência da minha mãe e consequente humilhações?
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iamtidus
24/07/2016 às 18:53:21
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Sua postagem está certa e errada ao mesmo tempo. Afinal de contas, a pessoa que consegue com os rendimentos de seus ativos pagar todas suas despesas, já alcançou o primeiro estágio de independência financeira, essa pessoa pode hoje perder o emprego e manterá seu padrão de vida. Lembrando que dentro das "despesas" devem estar incluídas despesas com lazer, possível financiamento de algum bem, e etc, ou seja, você não será apenas um pagador de contas até o fim de sua vida e não terá lazer algum, bem pelo contrário, o investidor que atinge a independência financeira em seus primeiros estágios deve ser capaz de manter um estilo de vida igual ao que você almeja ou o que você vive hoje.

Afinal de contas, não é legal desmerecer e fazer pouco caso de quem apenas com seus investimentos consegue bancar todas suas despesas, até porquê menos de 3% da população está neste patamar. Isso não impede porém que a pessoa prossiga em seu plano de investimentos para que a renda passiva seja capaz de bancar um estilo de vida igual o que você deseja, com grandes gastos e bem estar.
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Xerinho
02/09/2016 às 17:01:57
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Olá Bortolase, sempre a tempo para dar uma reviravolta na vida, como disse Sinesio no post anterior a independencia financeira é feira de projetos de médio e longo prazo.
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Rodrigocbatista
23/08/2017 às 22:44:03
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@Bortolase, espero que esteja numa melhor já.
No mais lhe recomendo ler alguns livros, que sanariam suas dúvidas e lhe abriria um leque para um novo horizonte.
Segue os livros que também mudaram minha vida:
Pai Rico, Pai Pobre - O Homem mais rico da Babilônia.
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